quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dia da MÃE

Ser boa mãe...

Ser capaz de conviver com satisfação com o facto de que progressivamente os filhos se tornam cada vez mais independentes, não vivendo permanentemente com um sentimento de vazio e desvalorização quando estes "levantam voo e deixam o ninho", é um outro excelente indicador da boa capacidade materna.
Continuar a abordar os "ingredientes" que parecem fazer parte da boa capacidade materna é bastante importante, na medida em que é desta capacidade que dependem em grande parte, as potencialidades da criança para enfrentar as várias fases do seu desenvolvimento com um grau de prazer considerado suficiente. Esta boa capacidade materna é ainda muito importante para ajudar o ser humano a lidar com o sofrimento, que é inevitável nas várias etapas evolutivas, de uma forma ajustada, sem que este ultrapasse o limite das capacidades mentais.
Na sequência do que já tinha sido referido anteriormente, a boa capacidade para o desempenho do papel materno está associada à capacidade de ter uma boa relação afectiva com o homem que vai assumir o papel de pai. A presença do pai, a sua participação na prestação de cuidados e a partilha de preocupações promove a estabilidade e torna possível uma maior disponibilidade da figura materna. A incapacidade para estabelecer uma relação afectiva com um homem poderá ser um indicador da existência de algum risco para a relação materna futura. Como afirma João Seabra Diniz, "Um filho que nasce sem um pai amado pela mãe nasce empobrecido".
A relação mãe-filho corre o risco de se tornar patológica quando algum tempo após o nascimento a mãe não volta a interessar-se pelas suas relações, quer com o marido, quer com amigos e familiares, nem se mostra motivada pelo desempenho de actividades profissionais e culturais. A boa mãe é aquela que, sem demasiada culpabilidade e mantendo o prazer de contacto com o filho, assume (após uma fase inicial em que está centrada essencialmente no desempenho do seu papel de mãe) os diferentes papéis que tornam a sua vida mais rica e equilibrada.
Ser capaz de conviver com satisfação com o facto de que progressivamente os filhos se tornam cada vez mais independentes, não vivendo permanentemente com um sentimento de vazio e desvalorização quando estes "levantam voo e deixam o ninho", é um outro excelente indicador da boa capacidade materna.
Transmitir aos filhos a noção de que a diferença de sexos e de gerações é algo positivo, que torna a existência mais rica e interessante, está também associado ao bom desempenho do papel materno. Aceitar claramente que pais e filhos estão a viver etapas diferentes das suas vidas, implicando este facto diferentes formas de abordar a realidade, é fundamental para o desenvolvimento de relações sem conflitos excessivos. Por outro lado, a percepção da diferença de sexos promove o desenvolvimento de uma identidade bem definida, o que é fundamental para o equilíbrio interior e para o estabelecimento de relações positivas.
Se após a leitura deste artigo e do anterior concluiu que ainda tem um longo caminho a percorrer no sentido de corresponder a alguns dos aspectos aqui mencionados, então deixe-me dizer-lhe que é uma pessoa normal, uma vez que a perfeição não existe na vida real!


Bibliografia: "Este meu filho que eu não tive. A adopção e os seus problemas". João Seabra Diniz. Edições Afrontamento.

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