segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Emigrante

Trabalho realizado pelos formandos da turma F, no âmbito da área de formação: Linguagem e Comunicação.

«Eu nunca fui emigrante, mas dou muito valor aos emigrantes principalmente àqueles que partem sós, deixando a família e o País. A imagem mostra-nos diversas pessoas com as respectivas bagagens, uns possivelmente a partir e outros a chegar. O local é uma estação dos caminhos de ferro.»

«Que sentem as pessoas quando emigram para outro país? Alegria… Pelos novos projectos de vida. Imaginam que a vida vai correr melhor: melhor trabalho, mais dinheiro, uma vida mais calma, mais bonita. Todos pensam positivo, para realizar o seu sonho. Tristeza… Sentem falta, saudades da família, saudades das coisas que viveram todos os dias.»

«Quantos portugueses não emigraram já? A maioria dos portugueses já emigrou. No meu caso pessoal, também tenho uma historiazinha de emigração. Aos dezassete anos, quando os rapazes da minha idade emigravam para a Europa, para fugirem à guerra do Ultramar, eu emigrei para Angola, local de guerra para fugir à guerra…»

«Eu imigrei em 1995 para a Alemanha em busca de uma vida melhor. Arranjei um trabalho em que ganhava bem. O mau de tudo isto era não saber falar a língua e as saudades da família também eram muitas. Depois com o tempo, fui-me habituando à ideia de ser emigrante e de vir a Portugal uma vez por ano. Depois surgiu a oportunidade de ir para o Luxemburgo onde havia muitos portugueses…até era bom viver lá. Falava-se muito português. Quando tive a vida organizada, regressei a Portugal, ao meu País.»

«Em Outubro de 1989, com apenas catorze anos, emigrei para a Suíça. A ideia apanhou-me de surpresa! Gostei da ideia de poder viajar, mas ao mesmo tempo, fiquei assustada, porque tinha de deixar a minha mãe e os meus irmãos. Também o facto de ir para outro país e de não falar a língua, de não conhecer a pessoa para onde eu ia trabalhar… tudo eram receios. Felizmente, tive muita sorte, porque era uma pessoa muito especial. Foi como uma segunda mãe, mas não era, era a minha patroa e a mãe da bebé que eu ia cuidar. Foram apenas três anos, mas por culpa do destino, lembrei-me de vir de férias. Conheci o meu ex-marido, engravidei e adeus Suíça. Entre a minha filha e a Suíça tive que optar. E optei pela minha filha que hoje tem quase dezasseis anos… Hoje vivo em Portugal com as minhas duas filhas.»

«Eu penso que a maioria das pessoas tem sempre por opção emigrar. Mas, por vezes, não é assim tão fácil! Eu falo por experiência própria, pois já passei por isso. Tive que deixar filhas e marido. Quantas pessoas ao emigrar não pensaram na dificuldade e obstáculos que lhes podiam aparecer. Vão em busca de uma vida melhor e na realidade a vida é nos cruel.»

«Emigrei para a Inglaterra, tinha dezassete anos. Foi triste a despedida, porque deixei a família e os amigos. Quando cheguei á Inglaterra, senti um vazio, pois era um País desconhecido para mim. Mas com o tempo, comecei a gostar, porque comecei a trabalhar e ter uma vida nova. Quando estive lá tinha muitas saudades da família, depois passado um ano, regressei a Portugal.»

«Eu nunca emigrei propriamente, mas fui para Lisboa muito jovem. E gostei. Nos primeiros meses, custou-me muito porque tinha saudades da minha família, mas com o tempo comecei a gostar… Conhecer a capital foi uma grande aventura para uma jovem de 16 anos.»

«Nunca fui emigante, mas sim "fruto" da emigração: o meu pai emigrou para França, nos anos 60. Decidiu deixar para trás um país fechado sobre si próprio, sem perspectivas de futuro e cheio de miséria. "De assalto", por sua conta e risco, procurou dar uma vida melhor à sua família. Em criança, via este teu relato de vida como uma história de aventura, envolta de mistérios e perigos à espreita. Hoje, com mais sapiência, percebo que foi, sem sombra de dúvidas, um dos actos mais nobre que o ser humano pode realizar. Admiro e orgulho-me deste teu acto de coragem e amor supremo por nós. Deixaste o comodamente certo para o desconhecido, acreditando sempre no sonho da liberdade de escolha. Graças a ti, sou hoje uma pessoa tolerante e capaz de entender e acolher aqueles que, como tu, tentam a sorte num país estranho. Viva a humanidade!» Lina R.

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